sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

O vampiro gay
Escritor Arthur Henrique - 10 anos - 5ª. Série
           Numa cidade pacata existia um vampiro cuja fama era de malvado e traiçoeiro.
           Morava com a mãe velhinha numa casa afastada. O vampiro nunca saía de casa.
           Um grupo de pessoas religiosas começou a espionar e desconfiar que ele chupava o sangue de pessoas e de animais na cidade. Tentaram matá-lo. Numa noite foram armados com tochas até a casa do vampiro.
            A mãe do vampiro ficou na porta e esperou as pessoas. Ela contou que o filho era um vampiro bonzinho e só tomava leite de caixinha. Chamou o filho e todos viram que ele usava um vestido cor de cor rosa e batom e brincos. Era um vampiro gay.
            Ao saber que o menino era gay e só tomava leite de caixinha todos foram para casa e o vampiro ficou feliz e saiu tranquilamente para comprar seu leite no supermercado.
 
* Creio que o Arthur Henrique é o mais é perfeccionista dos alunos desta oficina. Esquentou até a cabeça da mãe que nos procurou preocupada. Inicialmente era um texto enorme, recheados de microfones escondidos e capturas. Além da simplicidade encontrada, este texto foi debatido em sala sobre a questão: “se um vampiro é gay então não faz mal a ninguém?”. Todas as crianças oncordaram com o conceito apresentado pelo Arthur Henrique de que ser um gay é não  ser violento  não faz mal a ninguém e deve ser respeitado.



6 comentários:

  1. Enviado por e-mail pela escritora Adrienne Myrtes.
    Não consegui comentar lá porque tem que criar perfil no blogger e já me basta tanto perfil!!! Aff! Não dou conta dessas internetices. Mas diga ao Artur que o conto dele é uma maravilha e que a visão dele a respeito da homoafetividade é linda! Adorei. Parabéns aos dois!

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  2. mensagem enviada pelo Jornalista e Escritor Cícero Belmar.
    Esse menino é escritor. Ser escritor não é só pelo texto final. É também o processo. Ele sofreu com o texto, ele pensou, refletiu, disse sem dizer. Esse cara vai longe. (Ah, sim, e gostei muito de saber que as crianças acham que ser gay é ser não violento).

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  3. Muito bom. Que visão! Este guri vai longe. Grande escritor em ebulição ai.

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  4. Tem potencial como escritor sim. Principalmente se se preocupa em reescrever, retrabalhar o texto, se tem abertura para ouvir e aceitar pitacos literários. Gostei da forma como ele abordou o tema. Nesse nosso mundo cheio de violência e preconceitos, é bom saber que uma escriança, um provável escritor, é menos afetado pelos preconceitos. Quem escreve tem que ter cabeça aberta para qualquer tema, sob qualquer ponto de vista.

    Fosse um adulto, no entanto, eu diria que ainda há um viés "pre"conceituoso. Se um gay, seja vampiro ou não, é um ser humano como qualquer outro, então, com certeza, também pode ser violento - não porque é gay, pas porque é ser humano.

    Quanto ao texto, em termos de literariedade, parabéns. Vai longe se quiser :)

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    1. (Não era pra ter saído "escriança", era criança...rs Deve ter passado pela minha mente uma mistura de escritor com criança. Desculpem pelo neologismo involuntário...rs)

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  5. Legal Arthur, Genial a ideia da história. Tive umas ideias que vou compartilhar contigo caso você queira ampliar um pouquinho o texto. Em vez dele nunca sair de casa, ele poderia só sair à noite, já tarde quando tem menos gente para ir ao supermercado comprar seu leite e vestindo um sobretudo preto para esconder a roupa cor de rosa. Por isso causava medo nas pessoas. Depois de tudo explicado peça mãe, ele passou a ir comprar o leite durante o dia, sem se preocupar em ser visto.

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